Saiba quais são as atividades que você pode escolher em uma viagem pelo Pantanal, a maior planície alagável do planeta
Safáris para observação de animais selvagens, cavalgadas por planícies exuberantes, passeios de canoa para acompanhar o pôr do sol, caminhadas em florestas em busca de um contato mais próximo com a natureza. Para realizar essa experiência não é preciso ir à África, basta visitar o Pantanal.
A maior planície inundável do planeta é uma terra de extremos, com duas estações bem definidas. Para explorá-la é necessário escolher a época que melhor se adequa aos seus desejos, para não se sentir frustrado com a viagem.
A estação da seca (abril a setembro) é a melhor época para a observação de animais. As chuvas cessam, a água que inundava a planície passa a ser cada vez mais escassa e se concentra em pequenas poças onde os mamíferos se amontoam para matar a sede. As aves começam a estação de acasalamento e se encontram com uma plumagem exuberante para tentar conquistar um companheiro. As árvores perdem as folhas para economizar água e o que antes era uma paisagem verde e exuberante se torna marrom e árida.
É quando um dos eventos mais marcantes do ano se inicia: a floração das piúvas (ipês). O Pantanal então muda de cor e se torna rosa (geralmente no final de julho ou começo de agosto) por uma semana. Depois é a vez do para-tudo (árvore semelhante ao ipê) colorir a planície de amarelo por sete dias. Em meados de setembro o capim fica esturricado e um raio pode começar um incêndio a qualquer momento.
Quando a paisagem está extremamente seca, começa a estação da cheia(outubro a março) trazendo a água que renova a vida. As plantas, revigoradas, voltam a produzir folhas e tudo fica verde novamente. As aves, que se acasalaram durante a seca, se aproveitam da época de fartura para alimentar seus filhotes.
As terras mais baixas são ocupadas completamente por um espelho d’água, responsável pelo pôr do sol mais bonito do ano (excelente para fotografias de paisagem). Os mamíferos vão para lugares mais elevados, deixando os campos alagados para cegonhas, patos, jacarés e peixes que procuram por alimento entre as plantas aquáticas multicoloridas que começam a se desenvolver.
As pousadas da região oferecem pacotes de 3 a 5 dias que, geralmente, incluem guia naturalista, passeios, refeições e, em alguns casos, o transfer entre o aeroporto e a pousada. Se escolher viajar na seca lembre-se que a alta temporada é entre julho e setembro. Durante esse período muitas pessoas vão ao Pantanal e os preços podem ser mais elevados. Leve na bagagem roupas de frio, pois no inverno as temperaturas caem muito durante a noite.
Se estiver com tempo de sobra vale a pena fazer roteiros combinados: Pantanal Norte (Mato Grosso), Amazônia e Chapada dos Guimarães ou Pantanal Sul (Mato Grosso do Sul) e Bonito. Veja uma seleção de passeios para contemplar a natureza exuberante do Pantanal.
1. Cavalgada
O passeio a cavalo é a maneira mais tradicional para se conhecer o Pantanal. Com o cavalo é possível chegar em lugares impossíveis de serem alcançados de carro ou a pé. Também é possível observar a convivência harmoniosa entre o gado e a vida selvagem nos campos naturais da planície pantaneira. (Divulgação)
2. Safári fotográfico
O safari fotográfico é o melhor passeio para observação da animais no Pantanal (especialmente entre julho e setembro, durante a estação da seca). Dentro do veículo você consegue percorrer grandes distâncias, além de chegar mais próximo de jacarés, capivaras, veados, lobinhos, araras, tucanos, tuiuiús e muitos outros bichos que farão o dia passar bem depressa. Com sorte, sucuris, tamanduás e até uma onça-pintada podem aparecer (Zapa)
3. Trilha
Caminhadas proporcionam um contato mais íntimo com o ambiente do Pantanal. Permitem a observação de pequenos animais e da vegetação em florestas e campos abertos. Durante a temporada de seca ocorre a floração das piúvas (foto), que torna o passeio mais colorido (Bob Okamura)
4. Focagem noturna
A focagem é a melhor oportunidade para observar os animais de hábitos noturnos no Pantanal. Cada parada do caminhão é uma surpresa! Pode ser um lobinho, uma coruja, um tamanduá ou, quem sabe, até uma onça-pintada(Samuel Melim/ Refúgio Ecológico Caiman)
5. Passeio de canoa
Após um dia cansativo, não há nada melhor do que um passeio de canoa para ver o pôr do sol pantaneiro. Na estação da cheia no Pantanal, o evento se torna ainda mais bonito graças ao espelho formado pela água, que inunda a planície (Cassiano Zaparoli)
6. Passeio de barco
O passeio de barco no Pantanal permite percorrer grandes distâncias em busca de jacarés, capivaras e aves aquáticas (Rico)
7. Visita ao projeto Arara Azul
Durante sua viagem à maior planície alagável do planeta é possível acompanhar a rotina de pesquisadores que trabalham para a conservação de espécies ameaçadas. O Projeto Arara Azul trabalha no Pantanal desde 1990 e ajudou a aumentar a população da espécie de 1 500 para mais de 5 000. O projeto organiza passeios nas pousadas Araraúna, Xaraés e Refúgio Ecológico Caiman(Fábio Paschoal)
8. Passeio de bicicleta
O Pantanal é muito plano e a bicicleta é um veículo excelente para explorar trilhas em meio aos animais selvagens. O silêncio é a grande vantagem desse tipo de passeio (Samuel Melim/Refúgio Ecológico Caiman)
9. Workshop de astronomia
Na ausência de luzes artificiais as estrelas ficamextremamente brilhantes no céu do Pantanal. O Refúgio Ecológico Caiman oferece um passeio diferenciado: o workshop de astronomia, em que é possível observar constelações e mergulhar em histórias da mitologia grega que vão desde o nascimento de Zeus até a formação da Via Láctea. Pelo telescópio é possível ver os anéis de Saturno. Após o workshop os turistas seguem por uma trilha, iluminada por tochas, até a floresta de cordilheira mais próxima, onde acontece um jantar à luz de velas. (Samuel Melim/ Refúgio Ecológico Caiman)
10. Dia de peão
Os peões são simples e muito contidos, mas todos têm uma sabedoria espantosa construída pelo dia a dia da vida pantaneira. Não é preciso muito tempo para conhecê-los, basta uma roda de tereré, o chá mate que se bebe gelado na guampa (espécie de copo feito com o chifre do boi), e você estará por dentro de tudo o que acontece na região. Algumas pousadas oferecem o dia de peão, um passeio para acompanhar a rotina na vida desses ícones do Pantanal, com manejo do gado, roda tereré e almoço com arroz carreteiro (prato comum nas comitivas de gado, feito com arroz e carne seca) (Fábio Paschoal)
11. Birdwatching
Os tuiuiús (foto) são o símbolo do Pantanal, mas há mais de 650 espécies catalogadas, o que torna a região um dos melhores pontos do planeta para a observação de aves. Alguns hotéis têm estrutura para grupos de birdwatchers, como o Refúgio Ecológico Caiman e o Araras Eco Lodge(Rico)
12. Pescaria de piranha
Alguns hotéis para ecoturismo no Pantanal, como a Fazenda San Francisco (foto), oferecem pescaria de piranha na programação regular. Mas, se você preferir uma pescaria de verdade, existem hotéis especializados em pesca (como o Porto Jofre Pantanal ou a Cabana do Pescador) e até barcos-hotéis que navegam por uma semana busncando os melhores pontos para se fisgar um peixe. Lembre-se que a pesca é proibida durante o período da piracema (entre novembro e fevereiro), quando os peixes sobem os rios para desovar (Fazenda San Francisco)
13. Percorrer a Transpantaneira
A Rodovia Transpantaneira é uma opção para quem quer fazer safári por conta própria no Pantanal Norte. O ideal é percorrer o caminho entre 6h e 9h ou após às 16 horas, quando os animais estão mais ativos. Nos 100 primeiros quilômetros (partindo de Poconé) concentram-se as pousadas (a grande maioria abre o restaurante para quem não está hospedado). A partir dali o caminho se torna mais selvagem e inóspito. São 45 quilômetros onde a observação de fauna se torna mais frequente. É essencial sair com o tanque cheio de Poconé e com estepes de reserva, pois não há postos de abastecimento na estrada. Faça a viagem durante a seca (entre abril e setembro). Nos meses de cheia (outubro a março) até veículos 4×4 podem ter problemas (SedturMT)
14. Visitar a Amazônia
Quem visita o Pantanal Norte pode combinar a viagem com a Amazônia. O Hotel de Selva Cristalino, em Alta Floresta (Mato Grosso) possui uma torre de 50 metros (foto) de onde é possível observar araras, tucanos, macacos e muitos outros animais que seriam dificilmente avistados do chão da floresta (Samuel Melim)
15. Mergulhar em Bonito
A viagem ao Pantanal Sul pode ser combinada com Bonito (Mato Grosso do Sul) onde a transparência da água é impressionante. No Rio da Prata (foto), piraputangas, pintados, dourados e pacus parecem flutuar a sua volta durante o passeio (Marcelo Krause/Reprodução)